A Herança

O primeiro-ministro disse que não tem heranças. Porque terá ido buscar tal palavra? Porque tem realmente uma herança. De um homem tão honesto que proporcionou um autogolpe de estado. Estava tudo programado: nos dois últimos anos de governação resolveria todos os problemas que ainda restavam – tinha orçamento para isso.

Eis que surge uma suspeita levantada pela Procuradoria-Geral da República e logo aproveitada e confirmada pelo Presidente da República.

O orçamento passou a ser a herança de Luís Montenegro. Pagou o que devia e maravilhou-se com o mealheiro de António Costa.

Só alguém muito afastado de tudo não viu o que aconteceu e está a acontecer. É, pois, ridículo que Montenegro ache que em seis meses fez – ele – o que outro fez. Nunca houve um golpe tão perfeito.

Veremos o futuro.