... infância
- Bárbara Leston Bandeira
- 31 de out. de 2024
- 1 min de leitura
Atualizado: 12 de fev.

Em todas as medidas, a minha infância foi feliz. Não foi perfeita, mas foi feliz. A década de 80 – altura pré-internet, redes sociais e toda a gratificação instantânea que daí advém – trazia preocupações diferentes das de hoje. As comparações com os tempos de hoje, embora muito verdadeiras, já cansam. É sempre a mesma coisa: brincávamos na rua até anoitecer, corríamos e mexíamo-nos muito.
Lembro-me de ter uma imaginação muito ativa e de passar a vida a inventar personagens e estórias. Lembro-me de adorar praia – coisa que se mantém até hoje, mas não pode ser uma qualquer. Tem de ter um ar pouco domesticado – quase selvagem -, água fria e calma.
Queria ser advogada e escritora. Sabe-se lá de onde vinha o sonho da advocacia, mas pode ser que o da escrita ainda se venha a cumprir.
Há cheiros que me transportam automaticamente para os tempos que, de tão pacíficos, quase não tenho memórias. As sardinhas assadas, o funcho, o bronzeador com cheiro de coco.
Gostava muito de poder fazer uma viagem virtual à minha infância e ver-me com os olhos de hoje. Se calhar ia achar que eu era uma miúda irritante, sempre com a mania que sabe tudo, que manda e que tem razão. Mas provavelmente iria querer voltar a ser aquela criança sonhadora, que vivia meio no mundo da lua e das estórias e que não tinha grandes preocupações na vida.
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